quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Carmélia e Sebastião ou A Justiça Divina



          Dois dos maiores poetas contemporâneos, Evaristo Geraldo e Arievaldo Viana se unem para escrever um romance. "Carmélia e Sebastião ou A Justiça Divina" é o resultado da união poética desses dois bardos cearenses, aqui editados pela Cordelaria Flor da Serra. "Carmélia e Sebastião" é um romance com 189 estrofes de sete versos, com capa de Arievaldo Viana e têm todos os ingredientes para, no futuro ser considerado um clássico da literatura de cordel. 
          A narrativa é ambientada no Sertão cearense, nos anos iniciais do século XX, e conta a história de dois jovens e um coronel perverso. Para que o leitor tenha a visão da grandeza dessa obra, publicamos os versos iniciais do folheto. E para ler a obra completa, compre diretamente com os autores ou faça seu pedido pelo E-mail cordelariaflordaserra@gmail.com ou pelo WhatsApp (085) 9.99569091. Enviamos pelo Correio.


Peço que Deus me conceda
Um sopro de inspiração
Para ingressar novamente
Numa história do Sertão
Descrevendo a cada lance
Um complicado romance:
Carmélia e Sebastião.

O caso deu-se no início
Do século vinte passado
Em plena zona rural,
No Ceará, solo amado,
(Quando há inverno e fartura).
Na fazenda Boa Ventura
Sertão Central desse Estado.

A fazenda pertencia
Ao coronel Durvalino,
Um mandatário perverso,
Criminoso e assassino,
Covarde, bruto e ateu.
Homem que nunca temeu
Aos castigos do divino.

O coronel Durvalino,
Dono da propriedade,
Possuía muitas terras
Naquela localidade.
Esse sujeito insolente
Por ser rico e influente
Vivia na impunidade.

Questão de pobre com rico
É ferro frio que se malha
Pois a justiça dos homens
Corrompe-se... E atrapalha,
Garanto nos versos meus
Justiça só a de Deus,
Essa tarda, mas não falha.

Esse rico mandatário
Dono de terras e gados,
Colocava no poder
Políticos e delegados.
Para a sua voz valer
Manipulava o poder
Até em outros Estados.

Sempre que via uma moça
Com algum sinal de beleza
Aproximava-se dela
Com bastante sutileza
Gastando hábil conversa
Tecendo loa e promessa
Tramando alguma torpeza.

Seduzia com presentes
Vestidos, anéis, cordões.
Perfumes caros, sapatos
Então por essas razões
Mocinhas desavisadas
Caiam em suas ciladas
E lhe davam os corações.

Como o indígena inocente
Frente ao colonizador,
Conquistando com espelhos
E miçangas sem valor,
Muita mocinha iludida
Chorava a honra perdida
Depois de dar-lhe o amor.

Mas se a moça resistisse
rejeitando com veemência
Durvalino a perseguia
Redobrando a persistência,
Se não desse resultado
Era bem certo o malvado
Apelar pra violência.

Nos seus domínios vivia
Um velho honesto e pacato
Tinha uma filha somente
Moça de grande recato
Noiva de um pobre rapaz,
Trabalhador e capaz
Cujo nome era Nonato.

Era Maria das Dores
Por "Dorinha" conhecida
Morena, linda e jeitosa,
Mas um tanto retraída.
Tinha a Deus muito temor,
Casar-se com seu amor
Era a razão da sua vida.

Mas o coronel tarado
Com isso não se importava
Aonde encontrava a moça
Com jeito a galanteava,
Porém nada conseguia;
Encontrá-la só um dia
Era o que mais ansiava.

Se agarre com os folhetos se não o rato carrega

Peleja virtual com Arievaldo Viana, Paiva Neves, Stélio Torquato Lima e Rouxinol do Rinaré Por Paiva Neves            Corria o ...